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quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Acabei de ler Fernão Capelo Gaivota :-)




Fernão Capelo Gaivota, o romance que marcou diversas gerações de adolescentes, viajou 43 países do mundo e chegou a 40 milhões de cópias vendidas.

Fernão Capelo surgiu na vida de Richard Bach quando ele era ainda garoto. Costumava esconder-se do vento atrás de uma pedra, às margens do oceano, para observar as gaivotas. “Nunca havia entrado num avião, mas já adorava voar e sonhava ser uma gaivota”, lembra ele, com lágrimas nos olhos.

Anos depois, andava pelas ruas da Califórnia – “como muitos escritores novos, pensando como faria para pagar meu aluguel” - e ouviu uma voz. “Dizia: ‘Fernão Capelo Gaivota’”, conta ele. “Estava assustado e disse: ‘Se você acha que eu sei o que Fernão Capelo Gaivota significa, está enganado. Deve ter me confundido com outra pessoa’.” Silêncio do outro lado. Bach sentou-se para escrever. “Senti a parede desaparecer e em seu lugar vi a imagem da primeira página do livro”, conta. Descreveu em palavras as cenas que apareciam diante de seus olhos por cerca de uma hora, até que, como se tivessem desligado um projetor, a figura sumiu. “Alguma coisa me disse: ‘Se você acredita que é o autor desta história, termine-a’”.

Oito anos e muitas tentativas frustradas depois, o escritor acordou de um sonho que lhe indicava a continuação da história. Só então terminou o livro. Com tantas forças sobrenaturais fazendo com que a obra se concretizasse, dificuldades na publicação era tudo o que Bach não imaginava. “Fernão Capelo Gaivota foi meu livro mais rejeitado”, conta ele, que antes havia escrito três livros.

Perseverante, resistiu a 18 respostas negativas de editoras até conseguir publicar o livro que se tornaria um dos maiores fenômenos editoriais das últimas décadas. Pela primeira vez na vida, Richard ganhou muito dinheiro. Mas a ganância falou mais alto: comprou oito aviões, administrou mal os investimentos e perdeu tudo. “Toda a bênção pode revelar-se um desastre e todo o desastre, uma bênção”, filosofa. “O desastre me ensinou que o maior presente que alguém pode ter é amor.”

Como a escrita, a aviação sempre esteve presente na vida de Richard. Seus livros são, inclusive, reflexos de sua paixão pelo mundo aerodinâmico. “A abrangência das minhas histórias me surpreendeu. Pensei que só aviadores entenderiam minhas palavras”, diz. O amor pelos aviões nasceu com o escritor, mas só se concretizou aos 17 anos, quando ele se alistou na Força Aérea Americana. “Comecei limpando as máquinas, pelo simples prazer de tocá-las”, confessa Bach, que trocou a aviação pela literatura dois anos depois. “Já escrevi 11 livros e tenho um projeto de mais 50”, diz ele.

(Reportagem de Gabriela Melo para a Revista Isto É Gente)

2 comentários:

  1. Olá Carla,
    o teu blog continua lindo de morrer, colorido, cheio de energia positiva e de lindos textos e citações.
    Agradeço teres colocado o meu "Teatro de Sombras" entre os teus favoritos.
    Um beijo
    Helena

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  2. Quase todos os livros de Richard Bach, falam da aviação, mas o curioso é que falam de uma maneira poetica. Obrigado pela visita

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